quinta-feira, 29 de maio de 2008

TV Universitária e Cidadania

A universidade é um meio democrático, lugar onde se discute diversos pontos de vista, onde há trocas experiências e reflexões. A multiplicidade de idéias é uma das forças que sustenta o intelecto acadêmico e garante sua existência. O pensamento universitário na sua grandiosidade e alto nível tenta sempre se adaptar às mudanças e conseguir expandir suas idéias, afim de que possa atingir uma grande parcela de cidadãos. Muitos foram e ainda são os desafios das instituições universitárias. Hoje, no século das altas tecnologias e das culturas de massa; ela busca um espaço no meio mais difundido no mundo, a TV.

Muitos confundem a TV educativa com a TV Universitária. A primeira está ligada a Governos (como ao de São Paulo, no caso da TV Cultura), e a segunda é subordinada ao Estado, e pode produzir conteúdo variado, não só educativo. A TV educativa no Brasil tem uma história muito complicada e não conseguiu identidade própria porque é marcada pelas mudanças políticas e ideológicas do país. Mas a TV universitária pode ser diferente. Há uma lei que destina às Universidades e Instituições de Ensino Superior um canal exclusivo no sistema de televisão por assinatura. Trata-se da televisão universitária. No Brasil essa lei é nova, é de 06 de janeiro de 1995 conhecida como Lei da Televisão a Cabo.

A primeira TV universitária surgiu, em novembro de 1997, em São Paulo. Foi criada com o intuito de transferir os conhecimentos acadêmicos para a sociedade em geral e contribuir com ela em aspectos distintos. Acreditamos que esse objetivo não está sendo alcançado, pois a mensagem está sendo transmitida, mas nem sempre chega ao público. Quem assiste a TV universitária local? Não há como saber, já que as emissoras de TV a cabo não possuem medidores de audiência, mas informalmente sabe-se que o número é muito pequeno.

DESAFIOS: O primeiro desafio é encontrar a linguagem ideal para que as universidades, através dos meios de comunicação, se aproximem do grande público que está acostumado com vocabulários diferentes e que tem acesso cada vez mais rápido a todo e qualquer tipo de informação. Nesse caso, seria uma competição injusta. Outro desafio é a falta de verbas, as TVs universitárias trabalham com orçamento insuficiente para suas produções.

PERSPECTIVAS: A TV Universitária não tem interesse de obter lucros econômicos, não quer ser concorrente das TVs comercias e nem pretende tornar-se uma grande emissora está apenas preocupada com a transmissão de conhecimento à sociedade tarefa que se cumprirá com a união das universidades e dos meios de comunicação. Apesar das dificuldades, a televisão universitária vem crescendo. Cidadãos cansados da mesmice e da banalidade da televisão de entretenimento e interessados em ilustrar-se sintonizam os canais universitários em busca da palavra inteligente, do comentário sensato, da análise sólida, da informação de qualidade. A imprensa busca nela fontes de informação e novas caras para o telejornalismo. Os canais universitários, enfim, já são úteis para muita gente e cumprem boa parte de sua missão, mostrando à sociedade muito do que a universidade faz e pensa.

O foco em questão é TV universitária e Cidadania. O grande mote da TV universitária é ser um canal voltado para o compromisso com a cidadania e produção local, e ter objetivos se sustentam na não massificação da mensagem como forma de também se diferenciar das TVs comerciais. Assim, na TV universitária surgem programas sobre política, comunicação, cultura, atualidades, saúde e educação, tudo inserido em um contexto local, que atenda a comunidade de forma mais completa possível. É importante ressaltar que para que essa programação local exista, assim como, a estrutura da emissora, buscam-se parcerias para captação de recursos na iniciativa privada e nos órgãos estaduais, municipais e de classe.

No caso de Brasília, existe a UnB TV. Inaugurada em 21 de novembro de 2006, a emissora é uma rede de televisão comunitária que está inserida na idéia das tevês universitárias, e tem como intuito servir de ponte de ligação entre universidade e comunidade.

É organizada pelo Centro de Produção Cultural e Educativa (CPCE) da Universidade de Brasília (UnB), e está aberta à participação de professores, estudantes e servidores de todas as áreas da Universidade. Hoje, a UnB TV tem mais de 15 programas, produzidos por uma equipe de 44 pessoas.

Com uma necessidade de maior alcance, desde outubro de 2007, os programas da televisão universitária criados pela Universidade de Brasília (UnB) estão disponíveis na internet (www.cpce.unb.br/unbtv). Antes, somente os assinantes da tevê a cabo NET possuíam acesso à emissora.

A programação conta com entrevistas com artistas, debates, apresentações musicais de vários estilos, em resumo, dá voz a pessoas da cena artística da cidade e ao estudante universitário, seja para opinar sobre questões sociais, políticas ou para entreter.

Por fim, é possível observar que apesar de todos os desafios impostos, a TV universitária vem alcançando seu grande objetivo que é servir a sociedade. Além disso, ela é a prova de que a TV – um meio de comunicação tão criticado – pode ser um grande aliado quando pensamos em seu poder de persuasão.

Por Andréa Caroline Macedo (macedo.dedeia@gmail.com) e Maíra Brito (jornalistabrito@gmail.com e http://palavrasemnegrito.blogspot.com).



Referências Bibliográficas:

PORCELLO, Flávio. TV Universitária: Limites e Possibilidades. EDIPUCRS: Porto Alegre, 2002.

Referências Virtuais:

www.secom.unb.br/unbagencia/ag0108-18.htm
www.cpce.unb.br
www.direitoacomunicacao.org.br/novo/content.php?option=com_content&task=view&id=310